Estava um desses dias inigualáveis em que o Sol parece obstinado em espalhar alegria em tons de ouro. Sem saber bem porquê lembrei-me de ti… da tua voz… do teu olhar… De repente dei por mim a recordar-nos… já fazia tanto tempo que não nos visitava daquela forma. Ao sabor da nostalgia recordei aquele brilho trémulo que costumavas verter do olhar, o teu doce espreguiçar na alvorada púrpura… assim como a última lágrima que te roubei. Também eu chorei… ao voltar a esse recanto perdido no tempo, cortesia da nossa amiga Saudade. Foram anos mágicos, momentos únicos.. voltei a ver-te, ao teu andar melódico, esse movimento solto que te caracterizava. Tive o prazer de voltar a sonhar-te, como se ainda me pertencessem as tuas dedicatórias, as tuas ambições, o teu querer… desconfio que, a certa altura, a minha Alma tremeu… perdi a força… e essa lembrança bonita fugiu-me, desvanecendo-se na mística neblina do esquecimento.
Foi então que me lembrei…
….de como te perdi.